quinta-feira, 29 de abril de 2010

e no dia do aniversário, versar!


29 anos hoje!








Hoje quero falar do que me traz os delicados prazeres, na mais profunda felicidade que está em momentos tão breves e definitivamente eternos pra mim. Esses momentos são aqueles que me reencontro com o sentimento mais puro e inocente, quando eu me sinto novamente aquela criança, mesmo que isso seja inconsciente, aliás, justamente por sê-lo é que faz desse instante de felicidade eterno e absolutamente genuíno.

quando criança...

  • gostava de dedicar um tempo à distância que me aproximava da verdadeira observação, aquela que me integrava a cada pedaço, a cada frame de imagem que o meus olhos pudessem captar, ou não, à tudo aquilo que marcava em todos os sentidos da carne e sobretudo e principalmente às sutis percepções do espírito. Captando a criação, desconfigurando os pensamentos, vivendo em sentimento e encontrando o Criador.

  • quando nada passa despercebido e se sorri ao ar e se suspira em gratidão ao que é fresco e renovado, ao que pode ser de novo novo, ao que se revive e vive como da primeira vez que fosse aquela sensação pura de ser uma, de ser um espírito-Deus.

  • é na hora que eu me presenteio de mim mesma e isso me basta, por hora isso me satisfaz, ao meu espírito que é tão cansado, que na maior parte do tempo se desgasta de tanta, de tanta civilização. E os outros participam nessa hora, quando eu me mantenho em total amorosidade com qualquer um que venha, que esteja distante o suficiente para assim poder estar em mim.
Quando criança... sou a que deixa, sou a que permito, a que realiza e se revela em sonho, a que brinca e vai se "versariando" a cada dia.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

que mal há em errar se eu erro sempre os erros certos? pois é errando que me encaminho sempre ao que pode ser mais acertado dessa vez. porque errar, além de ser iniciado por um ato de muita coragem, é o que eu faço sempre na tentativa de acertar. afinal não fosse pelo primeiro passo que se dá na tentativa natural e instintiva de ficar de pé e caminhar, eu não estaria agora, nesse momento podendo me movimentar. e se não foi dessa vez, paciência, terá sempre alguma outra situação comumente imediata na vida que me levará a tentar mais uma vez, então não se trata nem de erros e acertos, mas de buscas, buscar o ritmo, a medida, a maneira, a pessoa, o tempero, o gesto, o espaço que mais me deixará confortável.

E mais uma vez se trata somente do meu bem-estar aqui, viva e presente e de como eu aproveito os tropeços ou como eu levanto dessa vez, se é que o passo em falso me leva ao chão! Improvisar é a questão!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

escafandrista da minha própria alma.

mudando a pele, ainda em fase de pupa ou ainda ninfa / borboletear amanhã com as minhas cores, com as minhas asas e ser breve como a própria borboleta, para novamente morrer e renascer com outras cores, novas, asas maiores ou alcançar voôs mais altos, como Fernão Capelo, mesmo que isso contrarie as convenções do que seja a minha natureza. /
Arriscar, mas para isso sentir o que está acontecendo comigo nesse exato momento e no momento estou vivendo o luto, luto daquele que morreu, morreu de verdade, que não mais voltará, que não está mais aqui comigo, dividindo a cama, o espaço, anunciando sua chegada com seu som, seu cheiro, seus movimentos que chamavam tanto a atenção da sala, da casa, do quarto, do nosso quarto. / Agora o luto é de mim mesma também, daquela que fui para ele e com ele, daquela que se difere da que estou conhecendo agora, sem a presença dele e sem a minha própria, embora mais comigo do que nunca estive, mas é outra Paloma que me acompanha agora, que me chama atenção, em outro ambiente / porque ela ao entrar na sala, no quarto, nos lugares comigo, chega ainda sorrateira, porém firme, ainda descuidada, insegura, estranhando aqueles olhares que se acostumaram a vê-la com ele ou que sabiam que ela era a dele, / estávamos tão ligados assim, que só agora eu percebo a continuidade que tínhamos um com o outro, um no outro um na vida do outro, esse casamento.

e os olhares que me viram ali ao lado dele e o olhar que eu mesma tinha é outro e isso também é estranho ainda / não sei bem qual desvio de olhar posso dar ou qual direção buscar. o que sou eu nesse momento e toda a afirmação que faço dessa nova mulher agora / o q me mostro, o q busco ou encontro é também o q me surpreende após a postura que tomo no mundo. / o que eu quero e o que eu não quero e o que venho respeitando - a Paloma e aos mais íntimos desejos dela, que coloco aqui na terceira pessoa, por se tratar de uma que eu venho ainda conhecendo e conquistando, ao mesmo tempo sendo conquistada / a minha verdadeira vontade - de ser e de querer. / o que eu quero pra mim, o que eu quero de mim, as escolhas que eu faço, o que escolho dessa caixa de chocolates que me está ofertada

agora eu entendo o que o richard dizia: "life is a box of chocolates", entre outras coisas que ele queria que eu percebesse na vida, da minha vida. porque eu me preparei também com ele (ou comigo ao lado dele) para o que viria após, com aquele que foi o verdadeiro até então, o amor

agora eu percebo e se estou assim, percebendo é porque eu quis, porque eu quero, porque eu escolhi lá atrás, mesmo com tanto medo, mesmo sem saber que hoje seria isso que viveria, porque isso não tem mesmo como se saber e se fosse intencional eu não iria hoje viver a surpresa deliciosa de estar vivendo tudo isso agora e não seria tão sincero também. não foi um plano, não houve cálculo algum, foi despretensioso, foi inocente, mas foram escolhas muito íntimas e embora nada calculadas, vieram de uma sabedoria ainda oculta pra mim, da minha alma que gritava por se libertar ou para ser conhecida pela minha consciência, que fosse ao menos sentida e como eu a sinto hoje!
A dor, a dor pungente, latente, essa imersão nos mais profundos sentimentos de alma, não estacionar mais naquelas emoções do corpo e submergir naquilo que sou, no que me faz me torna agora eu mesma, para mim mesma. E após isso trazer à superfície toda a descoberta do mergulho.

terça-feira, 13 de abril de 2010

embrace



Um descanso

Um engasgo

Um abraço

Depois do gozo

Um laço

Que desfaz outro laço

E aperta num nó na garganta

Vontade de chover temporais

De verão dentro dos meus olhos

Não por ser triste

É por ser livre

Um aconchego

Um livre suspiro

O sorriso aberto e sincero

De dois

Amantes

Nesse abrir do dia

Dessa estação que se encerrou

Vontade de chover temporais

E raiar

Ensaiar o ar da borboleta

Queimei aquela que já fui

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Arrumo! Ao meu rumo!

Ao me arrumar

Pensei que seria melhor

Me despedir

Agradecer

Mas não distrair meu sonho

Transferindo uma outra coisa

Mudando assim de lugar


Passei aquele batom.

Engraçado...

O vermelho na boca já não é o tom que me serve

Pensei que seria melhor

Me despedir

Agradecer


Arrumei

Meu cabelo, que também

Não é mais o mesmo

E a maquiagem nos olhos

Borra mais agora


Pensei em despedir...

É melhor agradecer


Tenho tanto compromisso

Tenho que me esticar

E espreguiçar

Receber o dia

Que vem só pra mim dessa vez


Um presente.

Pensei...

Agradeço

Ao me despedir de você

Lugares onde eu passeio