segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

À morte.

Ela é silenciosa.
É tranquila.
Ela é mais do que se pode ser algo.
Esteve presente antes mesmo do momento da primeira criação.

Anda descalça
Resiste ao sol, ao vento, à chuva, à seca,
ao relento.
Não é ruim, nem tampouco boa.

No mais, é amiga.
Talvez a única que mais me acompanha.
A cada nascer de dia
E a cada cair da noite.
A cada hora... a tempo.
Embora também não seja temporal.

E quanto mais tempo tenho ao lado dela,
E quanto mais a vejo, mais a respeito, a reverencio.
E quanto mais a aceito, mais aprendo com ela.

Ela é minha avó.
No entanto, não me garante mimos.
Ela é avó, porque não pode ser mãe.
E é sábia demais pra estar tão perto da minha geração.

Ela me conta histórias.
Ela me faz ninar.
Ela me abraça e me dá colo.
Ela está comigo.
Onde quer que eu vá, ela vai junto.

Em silêncio, paciente, certeira, com força.
Não é simpática, é simplesmente circunspecta.
Não é de agradar, mas não posso hoje negar que há algo de muito afetuoso nela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lugares onde eu passeio