quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

blá-blá-blices fundamentais





Eu sempre tenho uma coisa a dizer, não pra alguém, não necessariamente a ser publicado. Perdi a conta dos posts não postados, guardados aqui mesmo no arquivo desse blog, quase na mesma quantidade dos que já foram publicados.

Talvez esse seja mais um. Não sei agora onde isso vai dar. Provavelmente mais um rame-rame filosófico, se bem que não tive agora uma boa idéia nem nada. Os momentos da minha vida falam por si mesmos, não precisam de nenhuma interpretação ou racionalização minha. Estão acontecendo e a cada dia uma surpresa, algo diferente que merece minha atenção e às vezes, quase sempre mesmo, tenho vontade de relatar isso, de escrever, de expor como é receber até o que num primeiro momento pode parecer injusto ou ruim, como tá sendo viver cada um desses momentos, tudo o que ocorre. Daí, à medida que vem chegando a "encomenda", me dá uma vontade incontrolável de registrar o que está sucedendo dentro de mim e então eu vou colocando aqui, nesse moleskine virtual, assim como eu tenho carregado na bolsa um caderninho de anotações e uma caneta, porque eu acredito no poder desse exercício pra mim.

Ontem eu li no blog da minha amiga Dani sobre como ela organiza seus pensamentos e criações. Por enquanto, no meu caso, está sendo diferente, vou jogando tudo assim sem me impor ou estabelecer qualquer tipo de ordem. Vai tudo pra dentro desse caleidoscópio, porque eu sou mesmo desse jeito (ainda) e não tenho, por enquanto, pretensão de mudar. Que seja nonsense! Que pareça assim para os outros, não me importo mesmo. Hoje não vou me preocupar com qualquer julgamento, nem mesmo o meu, e esse costuma ser o mais implacável. Tenho que admitir, no entanto, que venho mudando, venho me arriscando mais, me expressando cada vez mais, sem tanto medo.

Muita coisa já foi mudada; meu comportamento, pensamento, a maneira como venho olhando as coisas ao meu redor, a vida...

Não há nada de pretensioso nisso, nem vou me justificar. Só estou dizendo isso porque nessa época do ano eu acho bom agradecer, avaliar todas as coisas boas que eu fiz durante esses quase 12 meses, tudo aquilo que já mudou em mim, só uma listinha de gratidão que aprendi a fazer. Afinal me cansei de ficar só reclamando de tudo aquilo que eu não consegui e não consigo ainda cumprir e também de ficar invalidando o que já estou realizando.

Tá tudo acontecendo muito rápido, sem muita trégua, mas é claro que existe também tempos de ressaca, como a do mar, quando eu me sinto solavancada pela vida e por tudo o que é real.


Pra sair um pouco das elucubrações teóricas (achei engraçado agora - como se também isso fosse possível)...
--- Como eu disse antes, eu já percebi que a vida não carece disso e viver tampouco, mas vou só explicar porque tanta observação, porque eu tenho dito tudo isso. ---

Todas as notícias que eu tô recebendo estão me servindo pra me mostrar a minha impotência perante muita coisa. A aceitação dos fatos tal como eles são, sem mistérios nem nada, tudo o que ocorre ao meu redor e como eu reajo à isso; as pessoas e seus comportamentos, pricipalmente os auto-inflingidos, a minha vontade de fazer algo com relação a isso tudo, de querer mudar o outro, de tomar conta do outro, de salvá-lo de si mesmo, de fazê-lo pelo menos ver sob um outro ângulo, de mostrar que pode ser mais confortável, melhor. Enfim, saber o que cabe a mim mudar ou não, tudo isso ainda é muito complicado. E quando me pedem ajuda e eu não tenho como ajudar? Ou se por acaso o que solicita ou roga essa ajuda não aceita o que eu tenho a oferecer, se não era o que a pessoa esperava?
--- Eu aprendi que quando eu peço ajuda não tenho que ficar "escolhendo a cor da bóia", se ela vai me salvar, me tirar do afogo e talvez seja a única que esteja ao meu alcance no momento, eu não tenho que questionar muito, né não? ---


Entregar, deixar à Deus o que é de Deus e ao homem o que é do homem - acho que é mais ou menos assim que funciona. Aí, o que cabe a mim fazer? Qual é a minha parte? Até onde eu posso deixar à Deus e à natureza em toda sua força e sabedoria o curso dos fatos, até mesmo porque no final das contas não costuma sair do jeito que eu esperava. E o que é esperado que eu faça?

Eu já presenciei, já senti as manifestações de Deus, pequenos instantes de epifania. Eu percebi por experiência que todas essas manifestações são sempre muito amorosas e quando eu me dedico a prestar atenção nessa regência deveras matemática do que opera tudo eu me maravilho e humildemente reconheço minha fragilidade, minha pequenez, minha ignorância, ou melhor, minha inocência por querer e achar que eu posso governar minha vida e participar da direção da do outro também. Quanta prepotência! Santa prepotência!

--- É, eu acho isso lindo também! É humano! Eu sou assim mesmo, humana! ---
Eu sou livre para agir, mesmo que seja estúpido tentar, é sempre válido, porque pode me levar justamente a esse reconhecimento e rendição de que definitivamente não depende de mim. Ou não...? É, talvez até dependa sim, em parte, porque quer eu queira ou não eu sou participante ativa disso, mas ficar na tentativa de controle em hipótese alguma me garante o resultado que eu espero. Nada é tão seguro assim e, por isso mesmo, o é.

Daí eu me lembro do que um dia ouvi, acho que da minha mãe. A água só fica na minha mão em concha. Se eu tentar agarrá-la, segurá-la firme, ela se esvai, escorre entre meus dedos. É preciso que ela se aconchegue, se assente na palma da mão para não escapar, como num aconchego. Analogia simples assim.



Conclusão?

Vou acolher o que vem. E o que virá, Oxalá!




- Sabia que saía alguma coisa hoje! (rs) -

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