domingo, 6 de setembro de 2009

Quase outono em Paris


Paris tem cheiro e sabor pra mim
e é melodia que vou ouvir numa caixinha de música
ou que é tocada por um realejo no mercado das pulgas
cantada por um típico francês
ou do acordeão em Montmartre

Paris tem cheiro pra mim
de xixi à perfume
do metrô ou da Ladurée na Champs-Elysée
das pulgas do marchet
dos cafés de Montparnasse
dos cigarros, dos charutos e cachimbos

Paris tem sabor pra mim
do pistache dos glaces
dos crepes de nutella
dos macarons de pistache
porque quis provar tudo de pistache
dos eclairs às tartelettes

Paris é som, é letra, é imagem, luz
múltiplas diferenças
um frapê de tudo
que nem imaginava haver
e há em Paris,
pra mim, a convivência do que é livre, libertário
com o clássico e tradicional,
da senhora com o seu chien
do parisiense com sua baguete debaixo do braço
dos creolos dos Halles e do Portes de Clignancourt
dos turcos
dos turistas
dos jovens na beira do Sena
com seus violões e garrafas de vinho
ou latas de 1664

Já sinto saudade de Paris
da menina Paris
da senhora ainda jovem Paris
da torre
do carrossel

Paris já estava em mim antes de conhecê-la
agora, mais do que nunca, ela vive em mim
Vou ouvir um Serge ou Léo Ferré
Vou ficar mais um pouco em Paris
em sonho...
até um dia poder abraçá-la novamente

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