domingo, 9 de agosto de 2009

O jardim encantado de Ana Alice

no setembro Ana Alice acorda
e floresce junto com os raios da manhã
e junto com as primeiras flores da primavera

em setembro ela vai para o jardim
em setembro ela brinca com sua margarida todos os dias
que nessa época sempre acorda orvalhada da noite

a margarida de Ana Alice é nova e fresca
é delicada e tem seus caprichos
necessita sempre de carinho
precisa do toque suave da menina
o duende, esse arauto da primavera, fica à espreita
ele espera a sua hora
de brincar com Ana Alice
enquanto a margarida é regada
o duende toca uma flauta multicolorida
cujo som inebria as moças que florescem
no primeiro dia de primavera

Ana Alice rodopia com sua margarida nas mãos
que está plantada num lindo vaso
que possui duas alças ornamentadas
E ela gira e gira e gira
e se alegra e extasia

As flores acompanham seu movimento
uma brisa carrega centenas de miúdas pétalas
de flores de todo o tipo
é o grande momento que faz o jardim inteiro vibrar

as fadas cantam uma melodia
que também é seguida pelos movimentos de Ana Alice
e da flauta do duende

tudo ali inspira amor
tudo ali vibra
se abre
e se revela

em setembro o ciclo se renova
em setembro, a beleza da flor
o gosto do fruto
o gozo da natureza
Ana Alice germina

Amor Gerando
Natureza Olhando
Abelhas Zumbindo
Afeto Adubo




quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Mais um caleidoscópio

Sou quem mesmo?
Sou um e outro
Sou ele e ela
Pedaço de vários
Conjunto mestiço de figura e comportamento multifacetados
Um mosaico triste de múltiplas coisas que não são minhas
Acho que me perdi
Ou me escondo, talvez, por aí

Há sempre um bom plano pra encenar
A tomada perfeita
Será que eu já sei, mas não ensaiei!
Atuo, brinco, mas me prendo
Eu me dirijo e me corrijo
O tempo todo

Quantas câmeras me revelam?
Descrubo que nenhuma
Triste
Não morri no final
Porque na verdade eu nunca existi.

Lugares onde eu passeio